sexta-feira, 31 de julho de 2009

Itamar Assumpção - Intercontinental! Quem diria!! Era só o que faltava!!! (1988)


Talvez um disco de Itamar visto com certo preconceito, pois foi seu único disco lançado por uma gravadora, a Continental. Aliás é bem explícita a ironia expressa no título do disco. Os preconceituosos acuasam esse disco de ser fraco, sem sal, comparando-o aos três anteriores "Beleléu, Leléu, eu" de 1980, "às próprias custas S/A" de 1983 e "Sampa Midnight - isso não vai ficar assim" de 1986. Talvez isso se dê porque o disco vem bem diferente dos anteriores, mas se prestarmos um pouco de atenção, veremos que todos os seus discos são diferentes entre si, apesar de trazerem a marca única do compositor (suas linhas de baixo, melodias simples e jogos de palavras). Com o Intercontinental não é diferente. Basta ouvi-lo com os ouvidos que ele merece para perceber que está tudo ali: puro Itamar Assumpção. Um fato interessante desse disco é a ironia que também permeia em suas faixas, com destaque para as "Pesquisa de Mercado" I, II e III. Além disso, o disco traz quase vinte faixas, sendo que algumas não duram nem um minuto, detalhe que mostra certa ousadia, pois sendo um disco de gravadora o risco era alto de ser um fracasso de vendas por essa e por outras. É um disco muito interessante, jogando com diferentes ritmos (aqui tem um samba de Itamar Assumpção, "Maremoto") e até alguns eventuais atonalismos, sem perder a simplicidade. Baixe.



1 Sutil (Itamar Assumpção)
2 Adeus Pantanal (Itamar Assumpção)
3 Pesquisa de mercado I (Itamar Assumpção)
4 Oferenda (Itamar Assumpção)
5 Sexto sentido (Ricardo Guará - Itamar Assumpção)
6 Pesquisa de mercado II (Itamar Assumpção)
7 Ouça-me (Alice Ruiz - Itamar Assumpção)
8 Maremoto (Itamar Assumpção)
9 Não há saídas (Regis Bonvicino - Itamar Assumpção)
10 Mal menor (Itamar Assumpção)
11 Zé Pelintra (Itamar Assumpção - Waly Salomão)
12 Perdidos nas estrelas (Arrigo Barnabé - Itamar Assumpção)
13 Parece que foi ontem (Itamar Assumpção)
14 Homem-mulher (Itamar Assumpção)
15 Ausência (Ademir Assunção - Itamar Assumpção)
16 Filho de Santa Maria (Paulo Leminski)
17 Pesquisa de mercado III (Itamar Assumpção)
18 Espírito que canta (Paulo Tovar - Itamar Assumpção)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Curumin - Achados e Perdidos (2003)

Este é o primeiro trabalho lançado de Curumin, multi-instrumentista de São Paulo cujo nome já é de peso no cenário da nova música brasileira, tanto por seu trabalho solo quanto pelas incontáveis parcerias e participações em outros trabalhos, de feras como Instituto, Eddie, Céu, Arnaldo Antunes e outros grandes.
Neste disco, a palavra-mor de ordem é suingue. Somando samba, soul, funk, rap e aspectos inquestionáveis da música pop nacional e internacional, o resultado é um disco dançante do princípio ao fim, em faixas belamente arranjadas com letras espontâneas. Um belo trabalho dessa nova cara da música brasileira, vale a pena. Não deixe de baixar!

1. Guerreiro
2. Samba Japa
3. Tudo Bem, Malandro
4. You Haven't Done Nothing
5. Índio Dança na Roda
6. Acorda, Simpático
7. Solidão Gasolina
8. Curokurombo
9. Cadê o Mocotó
10. Vem Menina
11. Sertão Urbano
12. Olhando de Uma Janela no Centro da Cidade

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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Herbie Hancock - Mr. Funk (1999)

Um disco atual de Herbie Hancock, vem recheado de músicas dançantes e temas bem elabordos Contamos também com a graça de alguns temas clássicos revisitados, em versões muito mais grooveadas. Destaco aqui as versões de Watermellow Man e Cantaloupe Island. Ambas começam a meio obscuras, e vão aos poucos se revelando. Não perca.



Faixas
01
Watermelon Man (6:26)
02
Actual Proof (9:41)
03
Hang Up Your Hang Ups (7:27)
04
Heartbeat (5:16)
05
Kuru / Speak Like A Child (7:39)
06
Cantelope Island (7:04)
07
Swamp Rat (6:26)
08
Come Running To Me (8:21)
09
4 AM (5:21)
10
Everybody's Broke (7:09)
11
Rock It (5:25)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Miles Davis - Amandla (1989)

Terceiro disco da série que Miles produziu com o baixista Marcus Miller após "Tutu" (1986) e "Music From Siesta" (1987). Todas as músicas de composição do baixista exceto as indicadas. A capa foi feita pelo próprio Miles.
  1. "Catémbe" - 5:35
  2. "Cobra" (George Duke) - 5:15
  3. "Big Time" - 5:40
  4. "Hannibal" - 5:49
  5. "Jo-Jo" - 4:51
  6. "Amandla" - 5:20
  7. "Jilli" (John Bigham) - 5:05
  8. "Mr. Pastorius (Jaco Pastorius) - 5:41

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Charles Mingus - Epitaph (1989)



"I wrote it for my tombstone" foi o que Mingus disse referindo-se à sua obra-prima, nunca completada, "Epitaph". Trata-se de uma peça de jazz com mais de duas horas de duração, e talvez uma das mais belas peças jazzísticas já compostas. Aqui temos uma aproximação da música erudita, pois é uma peça longa, como os grandes concertos e sinfonias. O disco não conta com a presença física de Mingus, mas com uma profunda sensação de estarmos mergulhando cada faixa mais no seu mundo. É, portanto, um disco muito pessoal apesar de ser executado por 31 músicos. Mingus alcançou aqui a mesma façanha de grandes compositores eruditos, a de manter-se traduzido em notas musicais. Aqui, Mingus permanece presente de uma forma subjetiva. Os manuscritos de Epitaph permaneceram por décadas perdidos, mas foram recuperados nos anos 80, e deram origem a esse disco, executado por músicos escolhidos a dedo. Há uma gravação (disponível neste blog) ao vivo em 1962, com o próprio compositor ao contrabaixo, onde alguns dos movimentos de "Epitaph" podem ser degustados. Sem dúvidas um dos mais belos discos de jazz. Vem com o encarte.

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domingo, 19 de julho de 2009

Max Roach, His Chorus and Orchestra - It's Time (1962)


Mais um disco de jazz com coral, anterior ao Lift Every Voice, de Andrew Hill (também disponível neste blog). Como em tantos discos de Roach, este não deixa de ter melodias surpreendentes, com destaque para o tema "Living Room". Os arranjos para o coral são alucinantes, acompanhado por um sexteto de peso, contando com a presença do saxtenorista Clifford Jordan, sem falar nas baquetas do próprio líder Max Roach. Há nesse disco a participação especial da então esposa de Roach, a grande cantora Abbey Lincoln, que dá o ar de sua graá na faixa título. Um belo disco.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Andrew Hill - Lift Every Voice (1969)



"Lift Every Voice" tem uma sonoridade fantástica e nem um pouco ortodoxa, por trazer as composições de Andrew Hill executadas por um quinteto de jazz acompanhado de um pequeno coral. É nesse coral que está a diferença desse disco, sem excluir, claro, a participação perigosa de músicos como Ron Carter ao contrabaixo (a partir da faixa 6) e Lee Morgan no trompete (idem). Além de letras interessantes, os arranjos de vocal de Lawrence Marshall trazem um mistério que nos desperta curiosidade. Ficamos então atentos para os solos, que chegam a espantar. Destaco aqui os solos do líder, o pianista Andrew Hill, que vem nesse disco com uma sonoridade completamente free, como já demonstrou em discos anteriores. O trompetista Woody Shaw (faixas 1 a 6) marca presença também por seus solos, e nem comentemos os solos de Lee Morgan. Som de primeira, disco único.

1. Hey Hey
2. Lift Every Voice
3. Two Lullabies
4. Love Chant
5. Ghetto Lights
6. Blue Spark
7. A Tender Tale
8. Drew's Tune
9. Mother Mercy
10. Natural Spirit
11. Such It Is


Personnel:

Tracks 1-5: Woody Shaw, trumpet; Carlos Garnett, tenor saxophone; Andrew Hill, piano; Richard Davis, bass; Freddie Waits, drums; Lawrence Marshall, LaReine LaMar, Gail Nelson, Joan Johnson, Benjamin Franklin Carter, Antenett Goodman Ray, Ron Steward, voices

Tracks 6-11: Lee Morgan, trumpet; Bennie Maupin, tenor saxophone, flute, bass clarinet; Andrew Hill, piano; Ron Carter, bass; Ben Riley, drums; Lawrence Marshall, LaReine LaMar, Gail Nelson, Joan Johnson, Lillian Williams, Benjamin Franklin Carter, Hugh Harnell, Milt Grayson, Ron Steward, voices

sexta-feira, 10 de julho de 2009

The Soft Bulletin - The Flaming Lips


Provavelmente o disco mais elaborado da carreira dessa banda de Oklahoma. Mais até que seu antecessor Zaireeka (os famosos quatro discos tocados simultaneamente). Wayne Coyne e companhia se trancaram no estúdio sem levar nenhuma concideração a como iriam apresentar ao vivo aquelas músicas que iriam compor. O resultado foi esse disco lançado em 1999 que revelava um Flaming Lips menos fanfarrão, lindando com assuntos profundos como solidão, morte e o que significa estar vivo, mais preocupado com arranjos e sem medo de explorar intrumentos além do baixo, guitarra e bateria. Um disco épico.

1. "Race for a Prize"
2. "A Spoonful Weights a Ton"
3. "The Spark That Bled"
4. "The Spiderbite Song"
5. "Buggin"
6. "What is The Light"
7. "The Observer"
8. "Waitin' for a Superman"
9. "Suddenly Everything Has Changed"
10. "The Gash"
11. "Feeling Yourself Desintegrate"
12. "Sleeping on the Roof"

Wayne Coyne - voz, guitarra,
Michel Ivins - voz, baixo
Steven Drozd -voz, guitarra, teclados, bateria

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Syd Barrett - The Madcap Laughs (1970)


Roger "Syd" Barrett foi um dos fundadores do Pink Floyd, sendo responsável por compor quase todas as faixas do lendário The Piper at the Gates of a Dawn, primeiro álbum do grupo, em 1967. Infelizmente, após o lançamento do disco o comportamento de Syd se tornou imprevisível, impossibilitando-o de continuar fazendo shows com a banda, sendo substituído mais tarde pelo guitarrista David Gilmour.
As lendas sobre a personalidade de Syd e a gravação desse álbum, que ocorreu logo após seu afastamento da banda, são tantas que, infelizmente, quase se tornaram mais importantes do que a própria música aqui apresentada.
The Madcap Laughs é um trabalho de gênio. Enquanto Piper dialogava com a psicodelia do resto do Pink Floyd, que viria a originar o rock progressivo, em Madcap o foco se volta exclusivamente para Barrett, quase que alienado dos estilos que vinham surgindo na efervescência musical do final dos anos 60.
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01 Terrapin
02 No Good Trying
03 Love You
04 No Man's Land
05 Dark Globe
06 Here I Go
07 Octopus
08 Golden Hair
09 Long Gone
10 She Took a Long Cold Look
11 Feel
12 If It's In You
13 Late Night

domingo, 5 de julho de 2009

Graham Central Station - My Radio Sure Sounds Good To Me(1978)


A banda teve origem em São Francisco e vem de uma dissidência do Sly and the Family Stone, aqui um dos grandes baixistas do funk, o pioneiro Larry Graham tem destaque especial com seus "slaps" e seu carisma. O balanço desse som é bonito e bom de curtir, delícia. O clássico "pow" para mim é um dos ápices do disco, sonzera bem servida.

1. Pow
2. My Radio Sure Sounds Good To Me
3. Is It Love ?
4. Boogie Witcha, Baby
5. It's The Engine In Me
6. Turn It Out
7. Mr. Friend
8. Are You Happy?

a todos um bom som

sexta-feira, 3 de julho de 2009

The Incredible String Band - The Hangman's Beautiful Daughter (1968)


Os escocêses do The Incredible String Band foram pioneiros no emprego da psicodelia sessentista na música folk, trocando as guitarras distorcidas por uma vasta quantidade de instrumentos tradicionais, flautas, harpas e cítaras.
Mais uma vez acho que a capa é a melhor descrição possível desse disco. Em seus momentos mais marcantes, The Hangman's Beautiful Daughter soa como uma família de hippies perdidos na floresta, todos cantando juntos.
Embora nenhuma das faixas seja desnecessária, o álbum gira em torno da épica A Very Cellular Song, que parece conter um disco inteiro dentro de si.
É a mina de ouro do novo folk de nossa década.

1 Koeeaddi There
2 The Minotaur's Song
3 Witches Hat
4 A Very Cellular Song
5 Mercy I Cry City
6 Waltz Of The New Moon
7 The Water Song
8 Three Is A Green Crown
9 Swift As The Wind
10 Nightfall

Robin Williamson - vocals, guitar, gimbri, penny whistle, percussion, pan pipe, piano, oud, mandolin, Jew's harp, chahanai, water harp, harmonica
Mike Heron - vocals, sitar, Hammond organ, guitar, hammered dulcimer, harpsichord
Dolly Collins - flute organ, piano
David Snell - harp
Licorice McKechnie - vocals, finger cymbals