segunda-feira, 30 de março de 2009

Lee Morgan - Search For The New Land (1964)

Lançado em 64, Search For The New Land tem um som mais subjetivo que do disco anterior Sidewinder. Os temas trazem belas idéias e uma irreverência característica. Há muito blues e soa bem hardbop e com certeza é bem ousado. O grupo liderado pelo trompetista é sublime, é uma formação impecável que além de Lee Morgan inclui ícones como Herbie Hancock, Grant Green, Wayne Shorter e Billy Higgins. Uma música muito bonita desse disco é Morgan The Pirate, que é sagaz e encantadora.
-----------------------------
1. Search for the New Land
2. The Joker
3. Mr. Kenyatta
4. Melancholee
5. Morgan the Pirate
-----------------------------
Grant Green – guitarra
Herbie Hancock – piano
Billy Higgins – bateria
Lee Morgan – trompete
Wayne Shorter – sax tenor
Reggie Workman – baixo

Asian Xá

Asian Xá, novíssima jóia preciosa da nova música brasileira traz a soma de músicos de peso da cena independente e num som que propõe fusão e multiplicidade cultural explora as variadas influências que chamam a atenção destes sujeitos e correm pulsantemente em suas veias. O som resultante passeia por reggae, dub, afro-beat, dance-pop e muito batuque envolvido, criando música do mundo de alto nível. Projeto recente, ainda sem disco lançado, mas com um excelente encaminhamento, como pode ser observado pelo ouvinte na página do myspace. Não perca a chance de ouvir.

Myspace: http://myspace.com/asianxa

Lee Morgan - The Sidewinder (1963)

Esse disco é uma beleza, os temas são fantásticos e os improvisos são geniais. Lee Morgan realmente não deixa dúvidas a respeito da qualidade da sua música e seu talento único. O disco é muito bem construído do começo ao fim, os músicos todos estão bem. É lindo, brilhante.
__________________
1. THE SIDEWINDER
2. TOTEM POLE
............................
3. BOY, WHAT A NIGHT
4. GARY'S NOTEBOOK
5. HOCUS-POCUS
__________________
Lee Morgan - trompete
Joe Henderson - sax tenor
Billy Higgins - bateria
Barry Harris - piano
Bob Cranshaw - baixo

domingo, 29 de março de 2009

Mahavishnu Orchestra - Inner Mounting Flame (1972


O disco Inner Mounting Flame, do Mahavishnu Orchestra é, na minha opinião, o melhor do jazz rock. A banda, composta somente por jovens nomes renomados da cena do jazz e rock dos anos 60 e 70, fez neste disco um som cheio de caracerísticas marcantes, porém longe de qualquer rótulo justamente pela diversidade de estilos incorporados no som. Inner Mounting Flame abre com Meeting of the Spirits, que é uma espécie de mantra, com os instrumentos repetindo hipnoticamente seus temas e dando espaço pra improvisações no meio de várias camadas sonoras. Outra peça surpreendente é Dawn, com um tema incomum de guitarra e violino em meio a uma harmonia lindíssima de teclado. Virtuosismo e ambientações sonoras incomuns são características chamativas da banda, além do domínio de compassos incomuns. Mas "apesar" disso, o disco soa muito orgânico. Outra composição espetacular é Dance of Maya (nessa epoca, John Mclaughlin, o líder e compositor da banda que havia tocado em discos de Miles Davis antes do Mahavishnu, estava bastante envolvido com o hinduísmo). Maya, segundo as escrituras hindus, é a ilusão da vida longe da divindade, e os arpejos da música transmitem sensações mistas de alegria e tristeza e ao mesmo tempo, uma alienação, como parece ser Maya. O instrumental está cheio de mensagens!

John McLaughlin - Guitarra
Jerry Goodman - Violino
Jan Hammer - Órgão e Sintetizador
Rick Laird - Baixo
Billy Cobham - Bateria

Jimmy Smith - Off The Top (1982)


É um disco bonito mesmo. Jimmy Smith toca seu órgão acompanhado pela guitarra de George Benson, baixo de Ron Carter. Grady Tate é o baterista, e no sax Stanley Turrentine. Há uma versão bonita de Ain't Misbehavin' entreoutras belas interpretações. Um disco cheio de suíngue. Muito legal , muito gostoso. Os improvisos de G. Benson são ótimos, e há um diálogo muito bonito entre Jimmy Smith e ele. Diálogo esse que é mediado pelo baixo de Ron Carter.

1. Off The Top
2. Endless Love
3. Mimosa
4. I'll Drink To That
5. Theme From M.A.S.H. (Suicide Is Painless)
6. Ain't Misbehavin'
7. Jimmy Smith Rap
-----------------------
Jimmy Smith - órgão
George Benson - guitarra
Ron Carter - baixo
Stanley Turrentine - sax tenor
Grady Tate - bateria

Memórias De Um Caramujo


Coloco aqui uma atual e recorrente pergunta: o que é música popular brasileira hoje em dia? Não é mais banquinho e violão, Gilberto Gil, Chico Buarque e Marisa Monte. O universo se expandiu e mpb passou a ser simplismente músicas que são populares (o que impressionantemente também mudou e não precisa mais ser óbvio, batido. O povo entende algumas sofisticações) e são feitas no brasil. Parece idiota mas pensar assim torna esse gênero mais inútil (e isso é bom!) e rico, possibilita pensarmos em Marcelo Camelo (ex Los Hemranos), Hurtmold, Eddie, Cidadão Instigado...porra, até Malu Magalhães como mpb. É, mpb, igual Chico Buarque, Caetano Veloso etc.

Enfim vamos ao que interessa. Memórias De Um Caramujo ("Caramujo" para os amigos) é uma banda que exemplifica extremamente bem o que ja disse acima. Formados no colegial em 2006, paulistas, mudaram de formção em 2007 com a entrada de mais um integrante e ganharam o Festival Nacional da Canção. Formados por André Vac (voz, guitarra e mandolim), Thomas Huszar (contrabaixo e voz), ambos letristas, Gabriel Milliet (violão, voz e flauta), Gabriel Basile (bateria) e Beatriz Mentone (voz), fazem um som que vai do rock ao samba, do folk ao baião e o maracatu. Misturam influencias como Beatles e o Grupo Rumo e transformam em algo como Mutantes e Secos e Molhados (porém atual).

Ouça, Baixe. Vá a um show (na Casa De Francisca, nos Jardins ou no circuito universitário), dance e sinta a sintonia exuberante e os arranjos meticulosos.


myspace.com/memoriasdeumcaramujo

Brazil Native Music (1942)



Esse trata-se de um disco muito interessante, apresentado pelo lendário maestro Leopold Stokowski, com participações de Villa Lobos, Pixinguinha, João da Bahiana, Jararaca e Cartola, além de outras figuras esquecidas do samba. Está repleto de sambas curiosos, alguns mais religiosos, trazendo o candomblé como tema, outros mais "corriqueiros" no bom sentido de representar o cotidiano do morro nos anos 20, 30, 40. Por ser um disco muitíssimo antigo, traz algumas lendas da velha guarda do samba, pessoal nascido no comecinho do século passado mesmo, além de trazer a primeira aparição de Cartola gravado. Muito bonito. Hé uma seção de três cantos indígenas, regidos e arranjados por Heitor Villa Lobos, um belo coral. Disco Riquíssimo.

Cartola - O Divino Cartola (1965)


Compacto do mestre Cartola gravado em 1965, seu primeiro registro em um disco próprio, na verdade um pequeno compacto. Seus discos de longa duração só viriam a ser gravados nos anos 70, e houveram registros de sua voz em discos coletivos, como por exemplo"Brazilian Native Music" (1942) um disco muito interessante, apresentado pelo lendário maestro Leopold Stokowski, com participações de Villa Lobos, Pixinguinha, João da Bahiana, Jararaca e Cartola, além de outras figuras esquecidas do samba.
Aqui nesse compacto você ouvirá duas composições de Cartola, curiosas, por não serem as gravações mais famosas e outras duas composições de sambistas como Almeidinha, diretor do pessoal que acompanha Cartola nessas faixas. Belo registro!

Faixas:
1 - O sol nascerá (Cartola - Élton Medeiros)
2 - Não quebre meu tamborim (José Caldas - J. R. de Oliveira)
3 - Bobagem (Almeidinha)
4 - Amor proibido (Cartola)

Acompanhamento: Escola de Samba de Almeidinha

sexta-feira, 27 de março de 2009

Miles in The Sky - Miles Davis (1968)


Esse disco é a metade do caminho entre o cool-jazz e o jazz-rock (ou fusion se preferir) por onde passou esse músico, compositor, artista e gênio.
Miles Davis nunca se sentiu ameaçado, nunca recuou diante de uma fronteira. Explorou todas as formas que o jazz, ou melhor; a música poderia tomar segundo os seus próprios interesses. A inovaçao era para ele a única razão de fazer música e por isso não há um disco igual ao seu antecessor.
"Miles in the Sky", gravado em 68 traz apenas dois temas de Miles; "Stuff", uma misteriosa melodia sobre..."coisas"; e "Country Son", com longos improvisos que nos leva a variados cenários. As outras duas músicas são "Paraphernalia", do saxofonista Wayne Shorter, que conta com a guitarra do ilustre George Benson e "Black Comedy", do jovem Tony Williams que simplesmente faz cair o queixo com suas levadas sagases. Quem assume o piano (elétrico pela primeira vez de Miles) é Herbie Hancock e o contrabaixo é de Ron Carter.
Esse é só o meu primeiro post e só o primeiro Miles Davis.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Os Demônios da Garoa - Trem das Onze (1965)


Álbum antológico do samba paulistano, traz em suas doze faixas canções eternas, como "Saudosa Maloca", "As Mariposa", "Iracema" e "Trem das Onze" (todas composições de Adoniran Barbosa) Além, disso, o bom humor do grupo se afirma em sambas divertidos, como "Chum Chim Chum" e "A Promessa de Jacó", que retratam uma São Paulo dos velhos tempos. Os arranjos de vocais são belos, de sonoridade cheia. Obrigatório.




01 - Trem Das Onze
02 - Chum Chim Chum
03 - Saudosa Maloca
04 - Iracema
05 - Prova De Carinho
06 - Abrigo De Vagabundos
07 - Lenço Na Molera
08 - As Mariposa
09 - Conselho De Mulher
10 - Samba Do Arnesto
11 - Barracão Pegou Fogo
12 - A Promessa De Jacó

Sun Ra & John Cage - John Cage Meets Sun Ra (1987)




O disco tem duas faixas que misturam composições e improvisos gravados em 86 em uma apresentação. Já se pode imaginar no que deu a junção de dois mestres nada comuns. Sun ra usa um Yamaha DX7 synthesizer e obtem sonoridades alienígenas. Além disso, Cage entra com um vocal indefinido e inclassificável. É uma música distante, de outro lugar, de outras cabeças. Está certamente longe de ser um falso experimento, afinal, trata-se de uma dupla que sabia muito bem o que estava fazendo.

Side 1
Side 2

segunda-feira, 23 de março de 2009

Republica Fortuna - Demo (2000)

Esta banda de San José, Costa Rica, traz em sua sonoridade ritmos latinos e jamaicanos, com destaque para a cumbia e alguns traços de ska. A música produzida pelos 12 músicos do grupo soa absolutamente dançante e alegre, somando ritmias quentes que resultam num disco de qualidade ímpar, diretamente da cena underground da Costa Rica. Disco indiscutivelmente saboroso, de degustação animadamente obrigatória!

1. Trago Amargo
2. Cumbia Del Enanito Feliz
3. Afortunado
4. Ella Se Fue
5. Cumbia Callejera

Integrantes:
David Espinoza - Voz
Kevin Monge - Voz
Andres Wiessel - Guitarra
Alejandro Ureña - Trompete
Alejandra Hernández - Sax
Jorge Chinchilla - Trombone
Antonio Umaña - Baixo
Osvaldo Jimenez - Percussão
Fernando Jimenez - Trompete
Fernando Matamoros - Teclados
Danilo Villalta - Bateria
Dario Jarquín - Percussão

Link in comments

domingo, 22 de março de 2009

Bubu - Anabelas (1978)


A intrigante banda argentina Bubu lançou esse (infelizmente) único e maravilhoso disco em 78. Anabelas é um disco viajandão, de três composições épicas longas (mas nunca monótonas), influenciado pelo rock, jazz e música erudita de vanguarda e é composto por uma mini orquestra, de guitarras, bateria, baixo, violão, violino, sax, flauta, piano e um coralzinho lindo. O disco é bastante atmosférico, se mostra muitas vezes caótico e atonal, e, tantas outras, bastante melódico de fácil assimilação. As composições e arranjos são de Daniel Andreoli, que parece não ter tocado no disco. Gosto muito dos cânones instrumentais de EL cortejo de un dia amarillo e dos vocais no final de El viaje de Anabelas.

Por:
Sergio Polizzi, violino; Cecilia Tenconi, flautas; Win Fortsman, sax tenor ; Petty Guelache, vocais; Eduardo Rogatti, guitarra e efeitos; Edgardo Folino, baixo e efeitos; Eduardo Corbella, bateria e percussão; Daniel Andreoli, composição e arranjos

Faixas:
1. El Cortejo de un Día Amarillo
2. El Viaje de Anabelas
3. Sueños de Maniquí

Dom Salvador e Abolição - Som, Sangue e Raça (1971)


Som, Sangue e Raça é um ótimo disco com rítmos brasileiros variados e improvisos jazzísticos num suíngue funkeado que já se pode presumir só de ver a capa desse disco. O paulista Dom Salvador derruba o barraco ao piano, que acompanhado pela banda Abolição, viria a transbordar no movimento da música negra carioca. Eu, particularmente, prefiro as músicas instrumentais. Delícia de disco.

1. Uma vida
2. Guanabara
3. Hei! Você
4. Som, sangue e raça
5. Tema pro Gaguinho
6. O Rio
7. Evo
8. Numbre one
9. Folia de reis
10. Moeda, reza e cor
11. Samba do malandrinho
12. Tio Macrô
--------------------------
Dom Salvador: piano
Oberdan Magalhães: saxofone e flauta
José Carlos: guitarra
Getúlio Cortês: vocal
Rubão Sabino: baixo
Luiz Carlos Santos: bateria e vocais
Darcy: trompete e flugelhorn
Mariá: vocal
Nelsinho: percussão e vocal
Serginho: trombone

sábado, 21 de março de 2009

Jorge Ben - Força Bruta (1970)


Neste disco o mestre Jorge Ben traz a batida absolutamente suingada que marca seu estilo numa série de canções únicas, cantadas com em sua voz macia cheia de beleza. Com participação especial do Trio Mocotó, este álbum traz algumas canções que ficariam inesquecíveis no imaginário musical brasileiro, como "Oba, Lá Vem Ela", "O Telefone Tocou Novamente" e "Mulher Brasileira", além da faixa-título, que fecha o disco em alta, cantada lindamente. Um grande disco, cheio de suingue e sentimento.
-------------------------------
1. Oba, Lá Vem Ela
2. Zé Canjica
3. Domênica Domingava Num Domingo Linda Toda de Branco
4. Charles Jr.
5. Pulo Pulo
6. Aparece Aparecida
7. O Telefone Tocou Novamente
8. Mulher Brasileira
9. Terezinha
10. Força Bruta

Mundo Livre S/A - Carnaval Na Obra (1998)

Neste disco de 98 a formação da banda encontra-se modificada, com a entrada de Marcelo Pianinho no lugar de Otto. A sonoridade também percorre novos caminhos, amadurecendo e ganhando, em algumas canções, um teor mais sentimental. De alta qualidade, o álbum conta com participações de peso, com Café Tacuba na canção "Quem Tem Bit Tem Tudo", Jorge Du Peixe em "O Africano e o Ariano", back vocals do Coral dos Pés Inchados e ainda o trombone de Bocato em "Negócio do Brasil". Um de meus preferidos, este disco é mais um excelente produto dos mangues do Recife.

1. Alice Williams
2. Édipo, O Homem Que Virou Veículo
3. Bolo de Ameixa
4. A Expressão Exata
5. Carnaval Na Obra
6. Quem Tem Bit Tem Tudo
7. Meu Quinto Elemento
8. Quarta Parede
9. Ultrapassado
10. O Africano e o Ariano
11. Negócio do Brasil
12. Maroca
13. Novos Eldorados
14. Compromisso de Morte
------------------------
Mundo Livre S/A:
Zero Quatro: Voz, cavaquinho, guitarra, violão, banjo e surdo
Tony: Bateria, caixas, pratos, bateria de caixas de papelão, caixa de ferramentas, programação de bateria eletrônica, voz
Fábio: Baixo
Bezerra Jr. (A.K.A. Bactéria): Teclados, guitarra, voz
Marcelo Pianinho: Congas, surdo, pandeiro, pandeirola, agogô, cowbell, apito, berimbau, tamborim, ganzá, garrafão de água, timbales, pratos, caixa, reco de chifre, pau-de-chuva e caxixi

sexta-feira, 20 de março de 2009

Lee Morgan - The Procrastinator (1967)


Lee Morgan (1938/1972) foi um trompetista dos anos 50/60, sendo ímpar e de sonoridade sublime, era tão talentoso ao tocar quanto ao compor. Tocou inicialmente na big band de seu ídolo Dizzy Gillespie, passando depois a tocar no Jazz Messengers. Após fazer parte do grupo de Art Blakey pasou a trabalhar mais solo, e foi um grande band leader no resto de sua carreira. Trazia muito do blues e bebop em seu estilo, no entanto suas músicas eram mais modernas na harmonia, arranjos etc. Esse disco de 67 traz uma incrível formação e improvisos brilhantes. Assim como Parker, Lee Morgan viveu perturbado por seus vícios e teve um trágico fim ao ser assassinado aos 33 anos com um tiro disparado por sua própria namorada em um nightclub. Após o ato, ela se suicidou. Em seus últimos anos de vida sua boca se encontrava ferida e ele usava um aparelho ortodôntico para evitar que seus dentes caíssem. Terminou como tantos grandes da música que levaram uma vida exagerada.

1. The Procrastinator
2. Party Time
3. Dear Sir
4. Stop Start
5. Rio
6. Soft Touch
7. Mr. Johnson

quinta-feira, 19 de março de 2009

João Gilberto - Chega de Saudade (1959)

O primeiro LP do assim considerado "inventor da Bossa Nova" traz algumas canções como "Lobo Bobo", "Desafinado" e a faixa-título "Chega de Saudade". Grande disco da suingada sonoridade de bossa nova, samba branco de beira de praia que soma à ritmia sincopada sons mais cool que possibilitariam pontes mais concretas com o jazz americano. Lançado pela Odeon, este é um grande disco, tanto por suas canções quanto por sua importância na história da música popular brasileira.


1. Chega de Saudade
2. Lobo Bobo
3. Brigas, Nunca Mais
4. Hô-bá-lá-lá
5. Saudade Fez Um Samba
6. Maria Ninguém
7. Desafinado
8. Rosa Morena
9. Menina Boca de Ouro
10. Bim Bom
11. Aos Pés da Cruz
12. É Luxo Só


Link in comments

Cólera - Verde, Não Devaste! (1989)

Em seu quarto álbum lançado, o Cólera traz a tradicional pegada do grupo, muito hardcore e brutalidade, com letras de protesto. Destacam-se ainda trechos e canções mais elaboradas que intermediam a tradicional carnificina. Puta discão representando o cenário punk rock nacional. Dentre outras, chamo destaque para "Introdução/Bombeiros", "Presídio Zoo", "Ea Eo" e "Teatrinho". Lançado pela Devil Discos, ao ganhar o relançamento em CD o disco trouxe quatro faixas bônus, gravações avulsas e raras do grupo disponibilizadas como bônus. Disco incrível.

1. Introdução/Bombeiros
2. Minha Nação
3. Meia-Noite
4. Parasita
5. Presídio Zoo
6. Don't Waste It
7. Viva a N.G.
8. Verde
9. Ea Eo
10. Em Setembro
11. Cólera
12. R.P.
13. Teatrinho
14. Solidariedai-nos

Bonus Tracks:
15. Palpebrite
16. Porque
17. Pela Paz
18. Não Existe Mais

Cólera (nesta formação):
Redson - Guitarra, voz
Pierre - Bateria, voz
Josué Correia - Baixo, voz

quarta-feira, 18 de março de 2009

Fela Kuti - Live! with Ginger Baker (1970)

Lindo disco ao vivo no qual o nigeriano Fela Kuti mostra suas habilidades musicais acompanhado pela banda Africa 70 e ainda contando com a participação de Ginger Baker, ex-baterista (da formação original) da banda de rock Cream. O disco vem repleto de ritmias dançantes que se mesclam neste encontro entre sonoridades africanas com influências funkeadas, no fabuloso gênero afro-beat composto como forma de valorização das sonoridades da mãe África no universo da música pop internacional. Disco fodido, com destaque para o solo conjunto de bateria, última faixa do álbum, no qual Ginger Baker quebra tudo ao lado do fabuloso Tony Allen, verdadeiro mestre da bateria e percussão. Disco indispensável de altíssimo nível!

1. Let's Start
2. Black Man's Cry
3. Ye Ye De Smell
4. Egbe Mi O (Carry Me I Want To Die)
5. Ginger Baker And Tony Allen Drum Solo

Músicos:
Fela Kuti: Órgão Hammond, percussão, voz
Ginger Baker: Bateria, percussão, tambores africanos, congas, voz
Tunde Williams: Trumpete
Eddie Faychum: Trumpete
Igo Chiko: Sax Tenor
Lenkan Animashaun: Sax barítono
Peter Animashaun: Guitarras
Maurice Ekpo: Contrabaixo duplo, baixo elétrico
Tony Allen: Bateria, percussão
Henry Koffi: Percussão
Friday Jumbo: Percussão
Akwesi Korranting: Percussão
Tony Abayomi: Percussão
Isaac Olaleye: Percussão

Link in comments

Cólera - Deixe a Terra em Paz! (2004)

O último disco lançado do Cólera traz a banda em grande forma, com canções bem elaboradas explorando influências que são somadas à linguagem básica do grupo. Uma das primeiras bandas punks brasileiras, o Cólera vem desde 1979 fazendo punk rock de altíssima qualidade, e o aprimoramento a cada disco fica evidente ao escutarmos grandes canções deste disco, como "E.N.Q." e "Circocore", além da belíssima "Águia Filhote", sem de forma alguma desvalorizar o magnífico histórico sonoro deste grupo de importância máxima no cenário punk/rock underground do Brasil. Puta disco.

1. Deixe a Terra em Paz!
2. Oxygênio
3. E.N.Q. (Espelho no Quintal)
4. De Et Pra Et
5. Minha Mente
6. Viaduto
7. Samba Core
8. Circocore
9. Ei! Urgente
10. Enxadão Man
11. Águia Filhote
12. Consciência
13. Fuck The War
14. Canção do Mar
15. Trem Subúrbio
16. São Paulo é Gig.
17. Subliminar

Cólera (formação deste disco):
Redson - Guitarra e voz
Fábio - Baixo e voz
Pierre - Bateria e voz

Link in comments

terça-feira, 17 de março de 2009

Chico Buarque - Chico Buarque de Hollanda Nº4 (1970)

Álbum gravado no exílio na Itália, este belo disco de Chico traz composições maravilhosas, entre elas Gente Humilde (com Garoto e Vinicius de Moraes), Pois É (com Tom Jobim) e Os Inconfidentes (com Cecília Meirelles). Além destas brilhantes parcerias figuram algumas conhecidas canções de Chico, como Essa Moça Tá Diferente, Rosa dos Ventos e Samba e Amor. Um disco maravilhoso da cabeça aos pés, repleto de beleza sonora ao gosto de meus ouvidos, percorrendo com genialidade as simplicidades de sonoridades brasileiras. Possivelmente o melhor disco de Chico, na opinião deste fã absoluto, este é um álbum indispensável.

1. Essa Moça Tá Diferente
2. Não Fala de Maria
3. Ilmo, Sr. Ciro Monteiro ou Receita Pra Virar Casaca de Neném
4. Agora Falando Sério
5. Gente Humilde
6. Nicanor
7. Rosa Dos Ventos
8. Samba e Amor
9. Pois É
10. Cara Cara
11. Mulher, Vou Dizer Quanto Te Amo
12. Os Inconfidentes

Link in comments

Milton Banana Trio - O Trio (1968)

Disco do trio lançado em 1968, com uma bela capa e ótimo conteúdo sonoro. Assim como o álbum que trazia o nome do grupo, lançado no mesmo ano, esse disco traz faixas instrumentais incríveis, explorando um lado mais jazzístico aqui, bem cool, embora o carro-chefe ainda seja a suingada cédula rítmica da bossa nova. Também figuram faixas menos populares, cujos arranjos se destacam pela qualidade própria e a forma na qual o trio instrumenta e performa tais canções. Um excelente disco.

1. Samba do Perdão
2. Segura Este Samba (Ogunhê)
3. Você Passa Eu Acho Graça
4. Da Cor do Pecado
5. Bom Tempo
6. Mudando de Conversa
7. Ultimatum
8. Ela Desatinou
9. Um Novo Rumo
10. Retrato Em Preto e Branco
11. Manias
12. Sá Marina

Cartola - Verde Que Te Quero Rosa (1977)

Terceiro álbum do sambista, lançado pela RCA Victor, traz grandes sambas, embora figurem aqui temas menos conhecidos do poeta. Um disco de altíssima qualidade, cujas faixas destacam-se pelos belos arranjos acompanhando a voz única de Cartola complementada por coros que intensificam a densidade deste que é um dos maiores discos de samba já lançados em minha opinião. Canções inesquecíveis, todas dignas de atenção e audição, mas dentre as quais sem dúvida "Pranto de Poeta", de Guilherme Brito e Nelson Cavaquinho, destaca-se para mim como absolutamente incrível.

Lado A:
1. Verde Que Te Quero Rosa
2. A Canção Que Chegou
3. Autonomia
4. Desfigurado
5. Escurinha
6. Tempos Idos

Lado B:
1. Pranto de Poeta
2. Grande Deus
3. Fita Meus Olhos
4. Que é Feito de Você
5. Desta Vez Eu Vou
6. Nós Dois

segunda-feira, 16 de março de 2009

Milton Banana Trio - Milton Banana Trio (1968)

Um dos mais conhecidos (e habilidosos) bateristas de bossa nova, Milton Banana participou de gravações históricas, como o LP "Chega de Saudade", de João Gilberto, o disco Getz/Gilberto, do mesmo em parceria com Stan Getz, além do festival de bossa nova do Carnegie Hall, NY, em 1962. Neste disco, traz interpretações de canções estupendas, de João Gilberto a Milton Nascimento, passando por Vinicius e Baden, Chico Buarque e os tropicalistas em auge Caetano e Gil. Um tremendo disco de bossa, explorando canções que caminharam por outras linguagens, sendo aqui trazidas para o suingado universo do ritmo no qual Milton Banana provou-se um mestre atemporal.

1. Todo Dia é Dia (Zuzuca - Benedito Reis)
2. Está Chegando a Hora (Rubens Campos - Henricão)
3. Vesti Azul (Nonato Buzar)
4. Aos Pés da Cruz (Marino Pinto - Zé da Zilda)
5. Bim Bom (João Gilberto)
6. Roda Viva (Chico Buarque de Hollanda)
7. Procissão (Gilberto Gil)
8. Samba da Benção (Vinicius de Moraes - Baden Powell)
9. Carolina (Chico Buarque de Hollanda)
10. Alegria, Alegria (Caetano Veloso)
11. O Caderninho (Alemão)
12. Travessia (Milton Nascimento - Fernando Brant)

Link in comments

Stan Getz e João Gilberto - Getz/Gilberto (1964)

No começo dos anos 60, alguns músicos de jazz norte-americanos começaram a tomar um interesse cada vez maior pelo estilo conhecido como Bossa Nova que vinha surgindo no Brasil. Getz/Gilberto é um dos discos mais importantes desse encontro do jazz norte-americano com a bossa nova, sendo um dos principais responsáveis pela divulgação da música popular brasileira nos estados unidos e no resto mundo.
O disco conta com dois dos mais importantes idealizadores da bossa nova: Tom Jobim (ao piano) e João Gilberto (violões e voz), além da cantora Astrud Gilberto, responsável pelos vocais em inglês, e do saxofone de Stan Getz, que dialoga muito bem com a voz de João Gilberto.
Em 1965 o álbum ganhou três Grammys, incluindo o de álbum do ano, sendo o primeiro álbum de jazz a conquistar essa categoria.
Mesmo após mais de 40 anos de inúmeras regravações das músicas desse álbum, as versões incluidas aqui continuam estando entre as melhores já gravadas, com vocais impecáveis que expressam a visão peculiar de João Gilberto sobre a Bossa Nova no momento de seu surgimento, bem diferente do modo como as músicas são cantadas pela maioria dos intérpretes atuais.
_________________________________________________________
01 The Girl From Ipanema
02 Doralice
03 Para Machucar Meu Coração
04 Desafinado (Off Key)
05 Corcovado (Quiet Nights of Quiet Stars)
06 Só Danço o Samba
07 O Grande Amor
08 Vivo Sonhando (Dreamer)
- Faixas do relançamento em CD:
09 The Girl From Ipanema (45 rpm reissue)
10 Corcovado (45 rpm reissue)
__________________________________________________________
Stan Getz - Sax Tenor
João Gilberto - Violão e Voz
Antônio Carlos Jobim - Piano
Tommy Williams - Baixo
Milton Banana - Bateria
Astrud Gilberto - Voz

domingo, 15 de março de 2009

Balkan Beat Box - Nu-Med (2007)

O segundo disco do grupo Balkan Beat Box traz a mesma linha de proposta do grupo que marcou seu primeiro disco, com sonoridades eletrônicas, influências de punk, sonoridades mediterrâneas e muito gypsy, lançando 14 canções que envolvem as impressões que vão sendo colhidas pelas peregrinações do grupo pelas diversas partes do mundo por onde já passaram. Experiência interessante e inovadora em vários aspectos.

1. Keep'Em Straight (Intro)
2. Hermetico
3. Habibi min zaman
4. BBBeat
5. Digital Monkey
6. Balcasio
7. Pachima
8. Quand est-ce qu'on arrive?
9. Mexico City
10. Delancey
11. Joro Boro
12. Gypsy Queens
13. $20 For Boban
14. Baharim (Outro)

Balkan Beat Box é:
Ori Kaplan - MC, samples
Tamir Muskat - MC, samples
Itamar Ziegler - Baixo
Tomer Yosef - MC, percussão
Eyal Talmudi - Sax
Dana Leong - Trombone
Uri Kinrot - Guitarra, sax
Jeremiah Loockwood - Guitarra, voz
Ben Handler - Baixo

Link in comments

Wado - O Manifesto da Arte Periférica (2001)

Catarinense de nascença, alagoano na vivência, Wado traz neste que é seu primeiro disco canções explorando linguagens de funk e samba principalmente, construindo fusão musical e criando uma sonoridade que soa despretensiosa e tranquila, mesmo com alguns momentos mais pesados ou intensivos. Explora elementos variados de pop music internacional, cria algo de samba-rock, soma suas influências num som algo moderninho, mas de linguagens interessantes que agrada aos ouvidos em sintonia com a nova música brasileira. Entre outras, todas com sua excelência, observam-se "Uma Raiz, Uma Flor", que viria a ser regravada pelo grupo Fino Coletivo, do qual Wado fez parte, no ano de 2007, e a versão de "Ontem Eu Sambei", da banda pernambucana Eddie, referência absoluta desse novo movimento sonoro na música nacional. Um bom disco, agrada por completo os simpatizantes por essa tendência sonora.

1. A Tragédia da Cor
2. Alagou As
3. Uma Raiz, Uma Flor
4. Feto
5. Diluidor
6. Beijou Você
7. Sopro
8. Ontem Eu Sambei
9. A Linha Que Cerca o Mar
10. Um Um
11. A Coisa Mais Linda do Mundo

Link in comments

sábado, 14 de março de 2009

Tim Maia - Tim Maia (1971)

Segundo LP do mestre Tim Maia, essa pérola lançada em 1971 pela Polygram traz alguns sucessos que ficariam marcados no imaginário musical brasileiro, como A Festa do Santo Reis e Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar). Considerado pai da soul music brasileira, este disco vem repleto de influências destas sonoridades. Imperdível!

1. A Festa do Santo Reis
2. Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)
3. Salve Nossa Senhora
4. Um Dia Eu Chego Lá
5. Não Vou Ficar
6. Broken Heart
7. Você
8. Preciso Aprender a Ser Só
9. I Don't No What To Do With Myself
10. É Por Você Que Vivo
11. Meu País
12. I Don't Care

Link in comments

China - Simulacro (2007)

"[...] As referências aqui não implicam em nostalgia, saudosismo e coisas do tipo. Este é um CD que sabe o terreno onde pisa: estamos no novo milênio e não em qualquer passado idealizado. SIMULACRO, nesse sentido, comenta (e ironiza) o inevitável (e interminável) flerte com as décadas anteriores da música pop brasileira e internacional. Nem ostenta o fetiche do novo, nem morre de saudades. Atualiza as referências para construir uma sonoridade ligada ao aqui e agora".

- Renato L.


Neste disco, que sucede o primogênito EP "Um Só", China traz seu trabalho solo anos depois do término das atividades com a banda Sheik Tosado, referência nordestina de rock, hardcore e manguebeat. O disco soa moderninho, apesar das influências de psicodelia, samba e rock brasileiro, principalmente dos anos 60. Fã absoluto de Roberto Carlos, que traz tatuado na perna e homenageado em seu projeto paralelo Del Rey, China traz aqui um trabalho autêntico, sem grandes pretensões, exceto a de produzir o som que lhe agrada. Traz participações de grandes nomes da cena mangue, como seu irmão Bruno Ximarú, ex-guitarrista no finado Sheik Tosado, os bateristas Rafael B (Bonsucesso Samba Clube) e Pupillo (Nação Zumbi), este último ainda assinando a produção do trabalho, o maestro Spok no sax barítono e a participação da voz de Erasto Vasconcelos, estes dois últimos na faixa "Colocando Sal nas Feridas". Um grande disco para os que gostam do gênero.

1. Um Dia Lindo de Morrer
2. Jardim de Inverno
3. Sem Paz
4. Asas Nos Pés
5. Câncer
6. Colocando Sal Nas Feridas
7. Durmo Acordo
8. Canção Que Não Morre No Ar
9. As Ondas Não Chegam Aos Pés
10. Pastiche

Músicos:
China - Voz, guitarra, programação, moog vst
Hugo Gila - Baixo, microkorg
Chiquinho - Teclados, sintetizadores
Marcelo Machado - Guitarra, voz
Felipe S - Violão, guitarra

Link in comments

Bob james - One (1974)



Maravilhoso álbum de Fusion do artista que nos anos 70 iria marcar presença com seu som carregado e muitas vezes sombrio. Esse álbum é seu experimento mais sombrio com momentos de pura tensão e de um groove lento e funkeado (apesar de momentos muito descontraidos, em que o álbum revela sua habilidade em criar ambientes sonoros diversos).O vibrafonista mostra sua capacidade tambem ao fazer belas versões de músicas clássicas, que estão praticamente presente no imaginário de todas as pessoas. Ao reunir um grupo de grandes como Groover Washington JR. (saxofonista), Idris Muhammad (baterista) e Steve Gadd (baterista) o resultado não haveria como ser diferente. Talvez tenha sido essa primazia na percursão e essa atmosfera pesada criada que tenham feito esse disco de pouco menos de quarenta minutos uma das obras mais sampleadas por rappers, e com devida razão.


1. Valley of the Shadows
2. In the Garden
3. Soulero
4. Night on Bald Mountain
5. Feel Like Making Love
6. Nautilus

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sun Ra - Sound Of Joy (1958)


Disco bonito, traz um som mais normal, se é que se pode chamar algum trabalho desse mestre de normal. Acontece que é um disco de 1959, portanto, aqui você não ouvirá sintetizadores, barulheira e todos esses elementos extraterrestres que foram surgindo a partir dos anos setenta na música de Ra. Aqui tudo é música, no seu sentido mais convencional, apesar de as composições já terem sonoridades tortas, a anos-luz da normalidade. Entre essas, destaco "Planet Earth" com uma melodia contrapontística (duas melodias, ou mais, que se entrelaçam, formando uma só música), o tema com cara de bebop "Saturn", planeta de onde Sun Ra dizia ter vindo, e "Ankh" (que é um simbolo místico egípcio). Nessa Ankh, é interessante reparar como ele segura o final do tema incessantemente, o que chega a ser até cômico, pois mesmo num tema melodicamente simples o cara consegue ser inusitado com uma repetição das quatro últimas notas. Nessa versão em cd, ainda vêm duas faixas bônus, que são singles dos anos 50: "Dreams Come True" e "As You Once Were", duas canções muito bonitas. Disco do Sun Ra que entra e se acomoda melhor nos ouvidos do que as experimentações dos anos 70 - 90. Boa música.

Eumir Deodato & João Donato - Donato/Deodato (1969)



Dois grandes pianistas da nossa música, nesse disco, Donato e Deodato trazem uma síntese perfeita entre música brasileira, jazz e funk. Além disso, os dois vêm acompanhados de um time pesado, contando com a participação iluminada de Maurício Einhorn na gaita e Airto Moreira nas percussões. Muito groove, belo disco!

Faixas:

1. Whistle Stop (João Donato / Eumir Deodato / Ray Barreto)

2. Where's J.D.? (João Donato / Eumir Deodato)3. Capricorn (João Donato)

4. Nightripper (João Donato)

5. You Can Go (João Donato)

6. Batuque (João Donato / Eumir Deodato)

Músicos:
João Donato: teclados/ Eumir Deodato: teclados/ Maurício Einhorn: gaita /Michael Gibson: trombone/ Randy Brecker: trompete/ Romeo Penque: flauta, assobio/ Bob Rose: guitarra/ Dud Bascomb Jr: baixo/ Allan Schwartzberg: bateria/ Ray Barreto: congas/ Airto Moreira: percussão

Siba - Fuloresta do Samba (2002)

Neste disco Siba, ex-integrante da banda Mestre Ambrósio, dá início a um novo trabalho após a dissolução do grupo, envolvido até o caroço na sonoridade tradicional nordestina (pernambucana, mais especificamente). Um disco lindo, que traz o rabequista (aqui somente liderando o mini-bloco formado por músicos de Nazaré da Mata com sua voz e sua poesia rimada) em grande forma, com faixas cheias de sentimento, explorando, principalmente, as linguagens das cirandas e do maracatu rural, também conhecido como maracatu de baque solto, belíssima tradição da Zona da Mata de Pernambuco. Um disco imperdível sob todos os sentidos, para os mais variados interessados em música do Brasil.

1. Fuloresta do Samba
2. Bringa
3. Caluanda
4. Trincheira da Floresta
5. Suinã
6. Soldado de Aldeia/Barra do Dia
7. Bonina
8. Meu Rio de Samba
9. Maria, Minha Maria
10. Sete Estrelo
11. Vale do Jucá
12. Poeta Sambador
13. Tempo
14. Terra de Reis

Antônio Carlos Jobim & Vinicius de Moraes - Orfeu da Conceição (1956)


"As datas de saída deste livro e da estréia, no Teatro Municipal desta cidade, de "Orfeu da Conceição" são propositadamente coincidentes. É uma espécie de festa que me deu, pois não me foi fácil escrever a peça, e muito menos encená-la. Há 16 anos, uma certa noite em casa do arquiteto Carlos Leão, a cavaleiro do Saco de São Francisco, depois de ler numa velha mitologia o mito grego de Orfeu, dava eu início aos versos do primeiro ato, que terminei com a madrugada raiando sobre quase toda a Guanabara, visível de minha janela. Só em Los Angeles, seis anos depois, consegui encontrar o segundo e terceiro atos, sendo que este último perdi, só indo refazê-lo em 1953 quando, a instâncias de meu amigo poeta João Cabral de Mello Neto, resolvi concorrer ao Concurso de Teatro do IV Centenário de São Paulo.
É difícil prever o destino de uma peça de teatro, sobretudo quando foi, como esta, ensaiada em três meses apenas, por contingências dos meus deveres de diplomata com data certa para regressar ao posto. Três meses realmente heróicos, em que uma equipe de seis (o diretor Leo Jusi, o cenógrafo Oscar Niemeyer, o compositor Antônio Carlos Jobim, a figurinista Lila de Moraes, a coreógrafa Lina de Luca e o pintor Carlos Scliar) criou condições para um elenco de 45 figuras, com 10 atores principais, pisar em cena, depois de um exaustivo trabalho em que há que salientar primeiro a coragem e lealdade dos atores e logo em seguida a capacidade de trabalho e devotamento do diretor Leo Jusi. Mas a verdade é que deram todos, cada qual no seu setor, o máximo. São amigos meus, me merecem tudo - e eu lhes sou devotadamente grato.
Dentro de uma semana, às 9 da noite, no Teatro Municipal, cessarão todas as nossas agonias. Depois da "ouverture" para grande orquestra, escrita por Antônio Carlos Jobim especialmente para a peça, o pano se abrirá sobre cenário de Oscar Niemeyer: dois amigos muito queridos; duas obras que vivem a partir daqui perfeitamente integradas com a minha peça. Luiz Bonfá estará executando, da orquestra, o violão de Orfeu da Conceição, interpretado por Haroldo Costa: outros dois amigos a quem aprendi a querer muito. Os atores portarão os figurinos feitos por uma estreante em teatro como eu, como Oscar Niemeyer, como Antônio Carlos Jobim: minha mulher Lila Moraes. E as gentis dançarinas dançarão os bailes que lhes foram marcados por uma outra estreante como coreógrafa de teatro: minha amiga Lina de Luca. E em tudo haverá uma cor, um desenho, um toque de Carlos Scliar: um cuja amizade vem de longe.
Escravo de meus amigos, de quem tudo recebo e a quem tudo dou, agora pergunto eu: que maior alegria?
E uma última palavra: esta peça é uma homenagem ao negro brasileiro, a quem, de resto, a devo; e não apenas pela sua contribuição tão orgânica à cultura deste país - melhor, pelo seu apaixonante estilo de viver que me permitiu, sem esforço, num simples relampejar do pensamento, sentir no divino músico da Trácia a natureza de um dos divinos músicos do morro carioca."

Rio, 19-9-1956 - Vinicius de Moraes

FAIXAS
1. Ouverture (Vinicius de Moraes)
2.Um nome de mulher (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)
3. Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)
4. Mulher, sempre mulher (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)
5. Eu e o meu amor (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)
6. Lamento no morro (Tom Jobim-Vinicius de Moraes)
7. Monólogo de Orfeu (texto de Vinicius de Moraes).

Aracy Cortes, Clementina de Jesus, Conjunto Rosa de Ouro - Rosa de Ouro II (1967)


O segundo disco desse evento antológico da música brasileira, o primeiro disco traz, só para se ter uma noção, a estréia de Clementina de Jesus, bem como a estréia de Paulinho da Viola (então integrante do Conjunto Rosa de Ouro) no mundo fonográfico. Quem quiser mais detalhes, temos um texto fantástico de Luiz Américo Lisboa Junior contando toda a história do primeiro disco, confira. Esse segundo disco não foge em nada do primeiro um tesouro de valor incalculável. Vale a pena ter os dois, nem que seja pelo simples documento de que se tratam!

João Donato - A Bad Donato (1970)

Neste disco venenoso o mestre João Donato traz uma incrível mistura de funk, jazz fusion, psicodelia, e alguns toques de ritmias variadas das américas afora, completando um caldo grosso de sabor único. Um disco que assusta aos acostumados com a até então bossa suingada de Donato, mas que apavora em sua consistência de dez canções com arranjos do próprio com Eumir Deodato, cheias de muito som! Disco feroz!


1. The Frog (A Rã)
2. Celestial Showers
3. Bambu
4. Lunar Tune
5. Cadê Jodel (The Beautiful One)
6. Debutante's Ball
7. Straight Jacket
8. Mosquito (Fly)
9. Almas Irmãs
10. Malandro


Músicos:
João Donato - Órgão e piano
Bud Shank - Flauta
Oscar Castro Neves - Violão
Warren Klein - Guitarra
Chuck Domanico - Baixo
Ernie Watts, Jack Nimitz, Bill Hood, Don Menza - Clarinete
Pete Candoli, Conti Candoli, Jimmy Zito - Trompete
Jimmy Cleveland, Ken Shroyer - Trombone
Mark Stevens, Paulinho Magalhães, Dom Um Romão - Bateria
Joe Porcaro, Emil Richards - Percussão

Luiz Gonzaga - Ô Véio Macho (1962)


Ótimo disco do rei do baião lançado em 62. Luiz Gonzaga cantava e tocava o seu acordeão fazendo um suingue maravilhoso, não era preciso mais que um violão fazendo o baixo para acompanhar (alem dos instrumentosde percurssão). Destaque para "Balança a rede" "A Dança do nicodemos" "Ô véio macho" e "No piancó".

quarta-feira, 11 de março de 2009

Gotan Project - La Revancha del Tango (2001)

Gotan Project é um grupo de música eletrônica formado em Paris, na França em 1999. O nome da banda é uma brincadeira baseada no nome de um disco contendo uma compilação de tangos famosos, lançado em meados de 1982. (O nome do disco era Tango Project). O trabalho deles desenvolve uma grande mescla entre música eletrônica, e músicas tradicionais argentinas. Este álbum contem uma sonoridade incrível, sendo o primeiro grupo a trabalhar com esse tipo de música. Dentre as faixas no álbum, há desde uma base de tango até a música do saxofonista argentino Gato Barbieri, conhecido pela autoria da trilha sonora do filme "O Último Tango em Paris" lançado em 1972. Também há uma faixa do álbum de Frank Zappa, "Chunga's Revenge", lançado em 1970. As faixas não possuem voz, sendo essencialmente instrumental.

Lista de faixas:
1. Queremos Paz
2. Época
3. Chunga's Revenge (Frank Zappa)
4. Tríptico
5. Santa Maria (del Buen Ayre)
6. Una Música Brutal
7. El Capitalismo Foráneo
8. Last Tango in Paris (Gato Barbieri)
9. La del Ruso
10. Vuelvo al Sur (Astor Piazolla/Fernando Solanas)

Gotan Project é:
Philippe Cohen Solal (francês)
Eduardo Makaroff (argentino)
Christoph H. Müller (suíço)

Rio 65 Trio - Rio 65 Trio (1965)

Esse trio traz uma música extremamente bem elaborada, com arranjos que mesclam o jazz com samba e outras pitadas rítmicas, como vários trios da época, embora neste caso note-se um foco maior nas linguagens (amplas, sem dúvida) do jazz. Um grande disco, no qual a sofisticação não se opõe à tranquilidade que emana das teclas do piano de Dom Salvador acompanhado pelo contrabaixo de Sérgio Barrozo e as baquetas e pratadas de Edison Machado, construindo uma música deliciosa de se escutar.

1. Meu Fraco é Café Forte
2. Preciso Aprender a Ser Só
3. Farjuto
4. Desafinado
5. Sonnymoon For Two ("Blues" em samba)
6. Espera de Você
7. Mau, Mau
8. Tem Dó
9. Azul Contente
10. Manhã de Carnaval
11. Aruanda
12. A Minha Namorada

Músicos:
Dom Salvador - Piano
Edison Machado - Bateria
Sérgio Barrozo - Contrabaixo

Paulinho da Viola - Paulinho da Viola IV (1975)

Este, que é o quarto álbum do cantor-compositor violonista carioca que carrega seu nome artístico no título, é também conhecido como "Amor à Natureza", por conta da quinta faixa do álbum. Grandes sambas aqui, entre eles o conhecidíssimo "Argumento", verdadeira delícia. Um belo disco.

1. E a Vida Continua
2. Argumento
3. Vida
4. Nova Alegria
5. Amor à Natureza
6. Jaqueira da Portela
7. Mensagem de Deus
8. Cavaco Emprestado
9. Chuva
10. Nada se Perdeu
11. Deixa Rolar
12. Pecado Capital

terça-feira, 10 de março de 2009

The Specials - Skinhead Girl (2000)

Skinhead Girl é um disco dos Specials, reunidos numa formação com alterações, especialmente para a gravação de alguns dos grandes sucessos de artistas lançados pelo popular e tradicional selo Trojan Records, especializado em grupos que trabalhavam e revisitavam as sonoridades jamaicanas de ska, reggae e rocksteady. Contam interpretações de, entre outros, Isaac Hayes e Peter Tosh. O disco abre com "I Can't Hide", de Ken Parker, numa sonoridade alto-astral incrível, que agarra o ouvinte de cara. Discão.

1. I Can't Hide (Ken Parker)
2. Blam Blam Fever (Grant/Grant)
3. Jezebel (Wayne Shanklin)
4. El Pussycat Ska (Roland Alphonso/Clement Dodd)
5. Soldering (Ewart Beckford)
6. You Don't Know Like I Know (Isaac Hayes/David Porter)
7. Memphis Underground (Herbie Mann)
8. If I Didn't Love You (Eric "Monty" Morris)
9. Them a Fe Get a Beatin' (Peter Tosh)
10. Napoleon Solo (Hopeton Lewis)
11. Skinhead Girl (Monty Neysmith)
12. Fire Corner (Clancy Eccles)
13. Bangerang Clash (Eccles)
14. I Want To Go Home (Derrick Morgan)
15. Old Man Say (Eccles)

Músicos:
Neville Staple - Voz
Roddy Byers - Voz, guitarra
Horace Panter - Baixo
Neol Davies - Guitarra rítmica
Justin Dodsworth - Teclados
Steve Holdway - Trombone
Paul Daleman - Trumpete
Leigh Malin - Sax tenor
Anthony Harty - Percussão, bateria

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sun Ra - Monorails and Satellites (1966)


Um trabalho de piano solo muito lindo. Com certeza a música de Sun Ra é muito mais do que podemos imaginar, um universo. Aqui seu estilo único e sabedoria além da composição e interpretação toca qualquer um que esteja apto a ir além do "conhecer um som" e partir para outros passos.

1.Space Towers
2.Cogitation
3.Skylight
4.The Alter Destiny
5.Easy Street
6.Blue Differentials
7.Monorails and Satellites
8.The Galaxy Way
----------------
Sun Ra - piano

Naná Vasconcelos, Colin Walcott, Don Cherry - Codona (1979)



A junção de três grandes Músicos, três grandes referências. Um bom álbum. Há três volumes

1.Like that of sky (Collin Walcott)
2. Codona (Collin Walcott - Don Cherry - Naná Vasconcelos)
3. Colemanwonder:
• Race face (Ornette Coleman)
• Sortie (Ornette Coleman)
• Sir Duke (Stevie Wonder)
4. Mumakata (Collin Walcott)
5. New light (Collin Walcott)
---------------------------
Collin Walcott - sítara, tabla, hammered dulcimer, sanza, voz
Don Cherry - trompete, flautas, doussn'gouni, voz
Naná Vasconcelos - berimbau, cuíca, percussão, voz

Bad Manners - Return Of The Ugly (1989)

O sexto álbum do grupo de 2-tone (ska revival com elementos de rock simples e pitadas de punk, basicamente) traz canções agitadíssimas, repletas de metaleira, levantando muita poeira nas pistas agitadas por rude boys, skinheads e punks, embalando a releitura do ritmo jamaicano junto à voz quase sempre cheia de sarcasmo do gigantesco vocalista Buster Bloodvessel. Um dos grandes destaques do disco é a animada versão de "Sally Brown", do fantástico Laurel Aitken (conhecido como "Godfather of Ska"), embora todas as canções tenham seu charme, cada uma a sua maneira. Disco massa, para diversas circunstâncias, da solitária degustação aos grandes salões.

1. Skaville U.K.
2. Sally Brown
3. Since You've Gone Away
4. Rosemary
5. Bonanza Ska
6. Return Of The Ugly
7. Hey Little Girl
8. Buffalo Ska
9. Memory Train
10. This Is Ska
11. Rocksteady Breakfast
12. Baby Elephant Walk
13. Skaville U.K. 12''

Músicos:
Buster Bloodvessel - Voz
Louis Alphonso - Guitarra
Martin Stewart - Teclados
Winston Bazoomies - Gaita
Chris Kane - Sax Tenor
Alan Perry - Sax Alto
Nicky Welsh - Baixo
Ian Fullwood - Sax Tenor
Jan Brahms - Trombone
Jon Preston - Trumpete
Perry Melius - Bateria
Longsy D - Bateria adicional

The Shaggs - Philosophy Of The World (1969)


Originárias de Fremont, uma minúscula cidade nos Estados Unidos, as irmãs Dorothy, Bethy e Helen Wiggin não tinham nenhum envolvimento especial com música até o pai das garotas decidir tira-las da escola para que começassem a ter aulas de música e canto, em 1968. Como boas filhas de uma família tradicional, as irmãs obedeceram e logo começaram a compor, também obedecendo a vontade do pai. No ano seguinte foram levadas a um estúdio onde gravaram The Philosophy Of The World, que foi um fracasso de vendas. A banda continuou tocando nas redondezas até 1975, quando o pai das garotas faleceu e elas se viram livres.

No sentido tradicional da técnica musical, como é de se esperar após conhecer a história da banda, esse cd é simplesmente terrível. As vozes soam como um coral religioso infantil cantando músicas alegres de louvor, enquanto as poucas passagens instrumentais apresentam guitarras claramente desafinadas e uma falta de ritmo tão assustadora que nos levam a questionar se elas não estariam fazendo de propósito. Entretanto, Frank Zappa classificou The Shaggs como sua terceira banda favorita (acima dos Beatles), e é possível ouvir as influências desse álbum em diversas canções do Mothers of Invention e em algumas outras bandas experimentais atuais como Deerhoof.

O que poderia haver então de tão especial a repeito desse disco? Bom, não consigo entender ainda o efeito causado pela ingenuidade musicas do The Shaggs, creio que a maior parte das pessoas ouvem simplesmente pela história da banda, mas acho também que vale a pena dar uma segunda chance e ouvir com mais atenção, talvez imaginando se tratar de uma manifestação artística de vanguarda (como tantas bandas inspiradas por essas garotas) e não apenas de um grupo muito ruim. Após uma terceira audição começo a achar que essa pode ser uma peça perdida na história do rock, talvez muitas bandas que se levam a sério demais tenham muito o que aprender com o quão cativante é a simplicidade de The Philosophy Of The World.

Ou talvez seja apenas ruim.

Só não vale não ouvir.

01 Philosophy of the World – 2:56
02 That Little Sports Car – 2:06
03 Who Are Parents? – 2:58
04 My Pal Foot Foot – 2:31
05 My Companion – 2:04
06 I'm So Happy When You're Near – 2:12
07 Things I Wonder – 2:12
08 Sweet Thing – 2:57
09 It's Halloween – 2:22
10 Why Do I Feel? – 3:57
11 What Should I Do? – 2:18
12 We Have a Savior – 3:06

The Specials - The Specials (1979)

Este que é o primeiro álbum dos Specials traz alguns singles bastante conhecidos do grupo, e destaca-se por trazer a sonoridade inovadora do grupo, misturando elementos de sonoridades do rock 'n' roll, punk, ska e reggae, construindo música intensivamente animada. Um disco fantástico para fãs das sonoridades envolvidas, marcado pelo estilo em dois tons somando punk, mod, skinhead e rude boy, elementos que marcariam movimentações de uma geração envolvida. O disco é produzido por Elvis Costello, e abre com o clássico de Dandy Livingstone "Rudy, a Message To You", invertendo a ordem no título. Desse ska parte para as sonoridades que marcaram o grupo e a sonoridade que viria a ser conhecida como 2-tone, pelo estilo dos grupos envolvidos e pela sonoridade que somava à pegada do ska elementos de rock simples e punk. Disco imbatível e imperdível.

1. A Message To You Rudy
2. Do The Dog
3. It's Up To You
4. Nite Klub
5. Doesn't Make It Alright
6. Concrete Jungle
7. Too Hot
8. Monkey Man
9. (Dawning Of a) New Era
10. Blank Expression
11. Stupid Marriage
12. Too Much Too Young
13. Little Bitch
14. You're Wondering Now

Músicos:
Terry Hall - Voz
Neville Staple - Voz
Lynval Golding - Voz, guitarra rítmica
Roddy Radiation - Guitarra, voz (faixa 6)
Jerry Dammers - Teclados
Sir Horace Gentleman - Baixo
John Bradbury - Bateria
Chrissie Hynde - Voz
Rico Rodriguez - Trombone
Dick Cuthell - Trompas

Frevo do Mundo (2008)

Este disco produzido por Pupillo, o baterista da Nação Zumbi, idealizado pelo mesmo em conjunto com Marcelo Soares e lançado pelo selo Candeeiro Records, traz recriações de 14 frevos por intérpretes e grupos novos no cenário musical brasileiro, mas contando também com nomes consagrados, como Edu Lobo e João Donato. Viajando por experimentos com outras linhas e possibilidades de som, o disco não traz uma sonoridade uniforme, mas que varia de canção para canção. São interpretações de Capiba, Luiz Bandeira, Irmãos Valença e outros mestres do frevo, aqui homenageados em belos e variados arranjos. A participação do maestro Spok destaca-se nos arranjos de metais de quase todas as faixas, conectando artistas tradicionais como Erasto Vasconcelos e novas caras como China, acompanhado pelo Sunga Trio (Chiquinho, Felipe S e Homero Basílio). Repleto de variedade, este é um disco interessantíssimo que vale a pena ser escutado quaisquer sejam as óticas aplicadas ou os gostos primordiais do ouvinte.

1. Eddie - É de Fazer Chorar
2. João Donato - Fogão
3. 3 na Massa e Céu - Frevo de Saudade
4. Mundo Livre S/A - Metendo Antraz
5. Orquestra Imperial - O Dia Vem Raiando
6. China e Sunga Trio- Oh, Bela!
7. Ortinho - Só Presta Quente
8. Siba e a Fuloresta - Os Melhores Dias de Minha Vida
9. Cordel do Fogo Encantado - Saudade
10. Isaar de França - Paraquedista
11. Flor de Cactus - Isquenta Muié
12. Edu Lobo - Recife (Frevo nº 1)
13. Erasto Vasconcelos - Papel Crepon
14. Orquestra Popular da Bomba do Hemetério - Cabelo de Fogo

Luiz Melodia - Pérola Negra (1973)


Filho do sambista Oswaldo Melodia, Luiz é um carioca do subúrbio, do morro de São Carlos. Com sua originalidade e muita ginga, tornou-se uma das principais figuras da cena da MPB pós tropicalismo, junto com artistas tais como Jards, por exemplo. Havia uma expressão de resistência na produção artística da época (pós implantação do AI5), e também uma apropriação de gêneros musicais antes tidos como "inimigos" da nossa música. Daí surgiam originalíssimas composições que mesclavam muito bem a música brasileira e outros elementos, e Luiz Melodia certamente foi um dos artistas que mais souberam fazer isso sem descaracterizar suas raízes culturais. Pérola Negra traz tudo isso de forma singular, e expressa aquilo que era a música negra do subúrbio, deliciosamente bonita e cheia de gruve. Esse trabalho é tão belo que seria inadequado eu tentar destacar aquelas que mais gosto, algumas em especial me trazem uma sensação maravilhosa, mas prefiro não enfiar meu dedo cru e estragar o bolo.

1 Estácio, eu e você (Luiz Melodia)
2 Vale quanto pesa (Luiz Melodia)
3 Estácio, holly Estácio (Luiz Melodia)
4 Pra aquietar (Luiz Melodia)
5 Abundantemente morte (Luiz Melodia)
6 Pérola negra (Luiz Melodia)
7 Magrelinha (Luiz Melodia)
8 Farrapo humano (Luiz Melodia)
9 Objeto H (Luiz Melodia)
10 Forró de janeiro (Luiz Melodia)