Criado na localidade de Riachão, onde nasceu, às margens do rio que leva o mesmo nome, na confluência dos municípios de Mirabela e Brasília de Minas, no Vale do São Francisco. O pai era fazedor e tocador de violas. No momento de seu nascimento, passava uma folia-de-reis e ele foi consagrado pela mãe aos santos Reis; por isso "dos Reis" registrado em cartório. Zé Coco deixava claro sua devoção aos Santos Reis, e sempre se apresentava como José Reis Barbosa dos Santos.
Ouvindo seu pai tocar desde que nasceu, aos 8 anos, já tocava viola que ele mesmo ia aprendendo a fazer. Foi marceneiro, carpinteiro, ferreiro, sapateiro, fazedor de cancelas, de engenho, de carro de boi, curral de tira, roda de rolar mandioca, mas o que o tornou conhecido, inclusive internacionalmente, foi a excelência dos instrumentos que fabricava e tocava: viola, violão, cavaquinho e rebeca. Aos vinte anos, assumiu a pequena fábrica de instrumentos de seu pai.
No lançamento de "Brasil puro" a crítica foi unânime em considerar que o trabalho do violeiro era um verdadeiro achado como expressão da nossa cultura popular. José Ramos Tinhorão considerou o trabalho como o melhor do ano na categoria autenticidade. O conhecido crítico dedicou-lhe calorosa crítica no Jornal do Brasil, na qual dizia: "Artista do povo da maior importância Zé Coco tem uma técnica de execução à viola tão desenvolvida que lhe permite tocar certas peças fazendo solo e acompanhamento ao mesmo tempo, e seus talentos são tantos que em uma das faixas do disco - a intitulada "Guaiano em oitava"- ele aparece não apenas na viola solo e fazendo a viola base, mas ainda tocando rabeca, caixa de folia e pandeiro".
01 Todo mundo
02 No terreiro da fazenda
03 O Toque do capeta
04 Saudades do riachão
05 Inhuma
06 Guaiano em oitava
07 Luduvina
08 Cantador izidoro
09 Ilana
10 Quatro paredes
11 Zé côco no calango
12 Alto belo
13 Calix bento
Faixa 1, 3, 5, 7. 10 e 13 músicas de Domínio Público (D.P.)
Faixas 2, 4, 6, 8, 9, 11, 12 composição de Zé Coco do Riachão.
Lançamento: 1980, Selo: Rodeio/WEA.