segunda-feira, 20 de julho de 2009

Charles Mingus - Epitaph (1989)



"I wrote it for my tombstone" foi o que Mingus disse referindo-se à sua obra-prima, nunca completada, "Epitaph". Trata-se de uma peça de jazz com mais de duas horas de duração, e talvez uma das mais belas peças jazzísticas já compostas. Aqui temos uma aproximação da música erudita, pois é uma peça longa, como os grandes concertos e sinfonias. O disco não conta com a presença física de Mingus, mas com uma profunda sensação de estarmos mergulhando cada faixa mais no seu mundo. É, portanto, um disco muito pessoal apesar de ser executado por 31 músicos. Mingus alcançou aqui a mesma façanha de grandes compositores eruditos, a de manter-se traduzido em notas musicais. Aqui, Mingus permanece presente de uma forma subjetiva. Os manuscritos de Epitaph permaneceram por décadas perdidos, mas foram recuperados nos anos 80, e deram origem a esse disco, executado por músicos escolhidos a dedo. Há uma gravação (disponível neste blog) ao vivo em 1962, com o próprio compositor ao contrabaixo, onde alguns dos movimentos de "Epitaph" podem ser degustados. Sem dúvidas um dos mais belos discos de jazz. Vem com o encarte.

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